Futebol desafia a Europa

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, continua a sua demanda, na tentativa de criar um estatuto especial, para o futebol, enquanto actividade organizada, regido por leis próprias, que se distingam das obrigações impostas pelas leis europeias de livre circulação e trabalho.

Ontem, reuniu-se com o presidente do Sindicato Mundial de Jogadores, na tentativa de conseguir apoios, para este seu propósito. A ideia principal, assenta no pressuposto, de que uma equipa, deveria jogar sempre com pelo menos 6 jogadores nacionais, numa espécie de 6+5. Blatter, explica, este seu intuito, usando a necessidade de apostar em jovens valores, “A situação actual, de contratar jogadores já formados a outros clubes, impede que o clube nacional, forme futebolistas, já que, normalmente, o treinador prefere um jogador que já venha formado”, e acresenta, “É claro, que não podemos legislar questões de direito penal e laboral, mas todas as questões de organização e competições e controle disciplinar devem ser tratadas no seio do futebol”.

Não acho que esteja errado, e o caminho que aponta, procura sem dúvida alguma que o futebol, não perca totalmente a sua identidade enquanto desporto. Se é verdade, que vivemos num mundo, que caminha a passos largos para uma globalização social e económica, tal, não deve sobrepor-se à especificidade própria de um clube. É evidente que um clube com vastos recursos financeiros, conseguirá criar um equipa de pacote, instantânea na sua génese, mas desprovida de identidade. Não consigo olhar para um Benfica, Porto ou Sporting e não conseguir identificar um português. Tristes seriam, concerteza, esses dias.

O bom senso deve, por isso, ser quem mais ordena. Uma equipa constituída na sua base por 5 jogadores de outras nacionalidades, defende o princípio base, da livre circulação de jogadores, e ao mesmo tempo protege e fomenta a formação de jogadores, sem por em causa as leis laborais europeias.

O futebol não pode ser um mundo à parte, mas pode distinguir-se dentro dele…