Megalomanias à portuguesa…

Nós por cá, somos assim…Ou fazemos em grande, ou não fazemos, e depois de um Euro 2004 de sucesso, já se desfraldam bandeiras para um hipotético Mundial em 2018.

Foi indubitavelmente, um espectáculo inesquecível, uma alegria contagiante, que conseguiu, até, transformar os mais abstémios destas coisas da bola em fervorosos adeptos da selecção portuguesa. Mas este espírito de orgulho, de paixão e de dever cumprido, que perdura até hoje, sempre que joga a “nossa equipa”, custou ao país mais do que a sua alma, custou também vários milhões de euros , e é por isso mesmo, que simplesmente não podemos agora embarcar em novas aventuras, para as quais não possuímos embarcação suficientemente capaz.

Nunca fui contra o investimento no futebol, e muito menos alinhei pela demagogia, em que muitos alinharam, relativamente aos custos do euro 2004. Se todos tivemos que fazer um esforço, para podermos cantar, “Força”, a plenos pulmões, agora devemos também fazê-lo e compreender que não podemos, entrar novamente por esta porta, caso contrário a felicidade e orgulho, podem rapidamente transformar-se em custos, que o país,simplesmente, não conseguiria suportar, sem grave prejuízo para os seus.

O euro 2004, foi aquela pequena extravagância que todas as famílias fazem… foi um sorriso na cara de uma criança, porque o pai depois de umas horas extras de trabalho, e com algum esforço, lhe conseguiu comprar uma bicicleta. Esse sorriso, que ficou espelhado na cara dos portugueses valeu bem a pena…fez bem à alma, e por isso foi justificável. Mas como qualquer bom chefe de família sabe, não pode ser sempre…

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