Urge o combate ao racismo no futebol

A revista alemã RUND alerta para o perigo de manifestações racistas. De acordo com este órgão de informação, os Nazis envenenam o futebol (Nazis vergiften den fussbal). Estas manifestações não são raras, infelizmente.

Recentemente, O futebolista marfinense Mark Zoro foi vítima de insultos racistas por parte dos adeptos do Inter de Milão.

O mesmo aconteceu com Miguel (Valência), no jogo contra o Getafe. De acordo com o jogador (entrevista dada Correio da Manhã Sport): “O que aconteceu a semana passada deu-me uma enorme raiva e muita mágoa. Já tinha passado uma situação semelhante com o Atlético de Madrid, mas nunca pensei que pudesse ser tão violento como o que se passou agora.” Miguel afirmou ainda o seguinte: “Já era jogador do Benfica e recordo-me de entrar com o meu irmão numa ourivesaria. Eu estava com um gorro e a senhora, ao balcão, ficou logo com um ar muito assustado e desconfiado. Foi tão evidente que eu e o meu irmão sorrimos. Quando quis pagar a senhora recusou o cartão visa e, mesmo depois de lhe mostrar o B.I. para confirmar a assinatura, insistiu que só poderia pagar em dinheiro. A desconfiança foi de tal forma evidente que mais tarde o próprio patrão, sabendo da história, me pediu desculpa”.

Há anos que se trava uma luta titânica contra o racismo, contudo tem-se revelado ineficaz. Será que se Miguel não fosse atleta do Benfica teria tido direito a um pedido de desculpa, por parte do dono da loja, na primeira pessoa? Estou em crer que não. Este é o problema da sociedade actual.
O Futebol, desporto de massas, pode ser um veículo privilegiado no combate ao racismo e à xenofobia para dinamizar a célebre máxima «Todos Diferentes, Todos Iguais». Para que tal objectivo seja alcançável, é necessário um esforço conjunto de jogadores, dirigentes e adeptos.

O novo presidente da UEFA, Platini, deu um sinal neste sentido ao elencar os seus três principais objectivos: luta ao doping; racismo e corrupção. No que concerne ao combate ao racismo, faço votos para que este objectivo não seja apenas retórico e que sejam implementadas medidas sérias e pragmáticas.

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