Domingos perde trabalho, mas ganha respeito
Domingos Paciência iniciou esta época a aventura na pele de técnico principal, na primeira liga portuguesa. A União de Leiria apostou neste ex-jogador de futebol para liderar a equipa na presente época.
Os resultados obtidos pela equipa têm sido bastante positivos, especialmente se considerarmos o objectivo inicial, ou seja, a manutenção do clube no convívio com os grandes da modalidade. Portanto, a equipa, sob o comando do jovem treinador, superou a meta principal e tem-se posicionado seriamente na luta pela conquista de uma posição que permita aceder às competições europeias. O trabalho realizado tem sido de grande valor.
Neste espaço já critiquei Domingos pela sua postura, face às arbitragens, sempre que os resultados não lhe sorriem. Após as derrotas não se coibia de apontar o dedo indicador e acusador aos juízes da partida, acusando-os de prejudicarem o seu grupo de trabalho.
Critiquei-o sempre que não concordei com as suas atitudes. Neste momento, não posso deixar de lhe fazer um grande elogio. São poucos os treinadores de futebol que optam pelo desemprego para defenderem os seus valores e as suas convicções. Foi o que este homem fez. Tal como Domingos, considero inaceitável que um profissional se recuse a treinar, atire as chuteiras contra o relvado - como forma de protesto - e se vá queixar a um director, alegando que foi contratado para ser titular. Outros casos de indisciplina também aconteceram com Harrison e Paulo César.
Corajosamente, denotando verticalidade, o técnico informou que não contaria mais com estes jogadores indisciplinados. Tendo a direcção leiriense desprezado estas indicações o treinador decidiu, e bem ,rescindir o seu contrato.
Há jogadores poderosos, representados por gente poderosa, que têm que jogar, todos nós o sabemos. Mas permitir a anarquia e a proliferação da indisciplina no seio de um grupo é o pior que pode acontecer. O líder não o pode permitir. Foi o que disse Domingos.
Em Leiria estes casos de indisciplina, por parte dos jogadores, são habituais. Quem não se recorda do tabefe dado por Paulo Gomes a Harrison, em pleno estádio do Dragão, com o jogo a decorrer?
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