O racismo e os comunicados do FCP

Os comunicados do Futebol Clube do Porto, deviam ser alvo imediato de um “case study” qualquer.

Depois das declarações de Pedro Mantorras, que afirma só ter ouvido insultos de teor racista no Marítimo e no Dragão, esperava-se uma resposta dos azuis, que se demarcasse, enquanto instituição , das atitudes estúpidas de alguns dos seus adeptos, que os há sempre, e em todos os clubes. Mas não…Preferiu tornar público, mais um dos já célebres comunicados, em que não procura distinguir-se, das acções irresponsáveis de algumas pessoas que andam a mais nos estádios de futebol, optando por atacar o jogador de forma pessoal, ao considerá-lo manipulado pelos encarnados, em mais uma das suas teorias da conspiração, e atacando, ainda, o rival lisboeta, relembrado casos semelhantes acontecidos no estádio da Luz.

Ora são atitudes, como esta, que incendeiam o futebol português. O Fcp, deveria, sim, em comunicado, condenar toda e qualquer forma forma de racismo ou xenofobismo, nos estádios.Lamentar que actos, individualizados, deste tipo, aconteçam no seu estádio, como noutro qualquer, e procurar distanciar-se destas acções, que em nada se identificam com os princípios defendidos pela instituição, Futebol Clube do Porto.

Mais grave se afigura a situação, quando num dos seus recentes comunicados, respeitantes à polémica Anderson/ Katsouranis, ficava implícito um xenofobismo latente, em relação a jogadores gregos.

Não me parece, sinceramente, que dirigentes (pelo menos alguns), gentes do Porto, adeptos e sócios do clube em geral, se identifiquem com este tipo de comunicados. Mereciam, isso sim, alguém que defendesse o bom nome do clube, pelo distanciamento em relação a este tipo de comportamentos, e não pelo incentivar de mais rivalidade não saudável, ou ataques, a adversários, esquecendo completamente a verdadeira questão de fundo.