Revista TABU - Os Tiros de Pinto da Costa (2.ª parte)

Aqui fica a 2.ª parte das passagens mais significativas da entrevista dada por Jorge Nuno Pinto da Costa à revista Tabu:

"Com a chegada dos jogadores brasileiros vieram as bruxas (...)

Delane, em Viena, faz uma das suas melhores actuações, peculiar argamassa de engenho e fé. João Mota, preparador físico e amigo de Jorge Nuno desde os tempos do banco, não esquece a viagem: «Ele levava três sapos numa caixa de sapatos». Corre que, chegado ao estádio, colocou dois atrás de uma baliza e um atrás da outra. Estava traçado o resultado: 2-1 no marcador, com os alemães a engolirem o batráquio. (...) As magias de Delane não conhecem fronteiras, entram casa dentro de Manuela: «Comecei a encontrar-lhe coisas esquisitas nos bolsos: calhaus, missangas, ervas, papelinhos com porcarias.» (...)

Corre 1988. O benfiquista Rui Águas atrai a atenção de Pinto da Costa. Aos 28 anos, o ponta-de-lança está de candeias às avessas com o Benfica, enjeita o ordenado de 300 contos. O presidente segue a estratégia do costume: pela calada, alicia-o para o Porto por mais do quíntuplo.

«O tempo nem tudo cura» (Gaspar Ramos)/ «Começaram a correr boatos sobre o Rui Águas e eu perguntei ao Pinto da Costa se era verdade. Ele respondeu-me que o pacto de não agressão era para manter rigorosamente. Foi uma grande deslealdade, uma punhalada nas costas.»

O guarda Abel, agente da PSP e portista ferrenho, salta para as rotativas dos jornais, arranja famas. O agente da PSP tem fúrias de dragão, corre aos quatro ventos que espalha terror. «Foi um flagelo! Telefonava para minha casa, dizia à minha mulher que me ia matar...o grupo dele era a guarda pretoriana de Pinto da Costa. Nas Antas, andava por todo o lado até nos túneis de acesso aos balneários, o que provocou cenas de pancadaria lamentáveis desfia», Gaspar Ramos.

(Continua...)